A LeoGO projeta blocos encaixáveis, leves e resistentes que facilitam a rápida execução de uma obra garantindo sustentabilidade, conforto térmico e acústico e o principal: um custo baixo.
Eduarda Fernandes
Já imaginou se todo o processo de construção de uma casa pudesse ser feito com blocos encaixáveis tipo aqueles que as crianças costumam brincar? A partir do trabalho realizado pela startup LeoGO, o que era imaginação pode finalmente virar realidade.
O sistema construtivo da empresa permite que o cliente acompanhe todo o processo desde a elaboração do projeto até a execução de uma obra. O acompanhamento ocorrerá através da mediação de uma plataforma, que conecta fornecedores de serviços e aos fornecedores de materiais a fim de construir um edifício funcional. O desenvolvedor do projeto inovador e engenheiro Leonardo Duarte conta que era representante do Espírito Santo numa indústria de blocos, a Franquia Blocok Paredes Prontas, quando teve a ideia de reduzir na metade o tamanho do bloco comercializado pela Blocok (90 por 90) e criar a LeoGo.
Com o apoio do Diretor Executivo Rafael Lima da TecVitória, a ideia passou pela pré-incubação dando passos largos para sua estadia na incubação adquirindo destaque por sua diferenciação de fabricação. “É um bloco diferente do bloco convencional. É como se fosse um sanduíche de concreto de duas paredes concretas e no meio é o EPS (isopor) colado a essas duas placas de concreto. Uma coisa muito simples. Só que ele revoluciona a produção na construção e tem muita rapidez “, destaca Leonardo.
São duas as formas possíveis para uma construção mediada pela empresa. A primeira conta com a adição de paredes estruturais já modeladas que buscam reduzir o custo, garantir conforto térmico e acústico além de se apresentar como uma medida ultra sustentável. A segunda é possível através do bloco encaixável 45 por 45 que pode ser montado para a formatação da obra e desmontado caso haja necessidade de deslocamento ou mesmo a remoção total da estrutura. Também são criados nichos internos aos blocos cujo objetivo é facilitar as instalações além do uso de placas para revestimento dos blocos e paredes que trazem rapidez e estética às estruturas.
Os blocos são fabricados através de equipamento mecânico sendo possível automação de sua execução desde que o modelo de negócio se expanda para franquias. A mistura de insumos e matérias primas sustentáveis na composição da massa cimentícia garante leveza e resistência aos blocos encaixáveis. O engenheiro destaca que pretende terceirizar a produção dos blocos e execução das construções, mantendo a LeoGO como centro administrativo e criativo para as obras, diminuindo assim o custo e trabalho excedente.
A alternativa no setor construtivo pode ser um grande avanço para solucionar vários problemas como a crise habitacional (dificuldade de acesso à moradia pelo alto custo), além de reduzir os lixos produzidos durante a construção de uma obra. Em geral, os blocos encaixáveis oferecem uma promissora possibilidade rápida, acessível e sustentável à construção tradicional a partir da adoção de práticas inovadoras e a garantia de qualidade e durabilidade.
Quanto ao futuro, a equipe destaca a vontade de venda do sistema construtivo a um possível fabricante do bloco, captação de investidores estratégicos e comercialização dos serviços até o final de 2025 por meio de uma plataforma que será responsável por mediar a comunicação entre clientes e executores da construção. “Eu tenho alguns investidores, eu tenho um primeiro um investidor em Porto Rico, que ele poderia entrar nisso, se a gente provar que essa nossa ideia de negócio possa se transformar em produto e possa transformar o sistema construtivo. Algo que traga uma redução de custo, de uma fabricação de uma parede, uma redução do preço do óleo, redução da matéria prima usada no óleo, a velocidade de execução dessa desse sistema.”, conclui Leonardo.