Empoderamento feminino na inovação: advogadas criam soluções de regularização no mercado imobiliário

Sócias administrativas da Registratec: Samira Queiroz, Christina Magalhães e Cristina Steiner.

Conheça Samira Queiroz, Christina Magalhães e Cristina Steiner, sócias da Registratec, empresa que promete transformar a regularização de imóveis.

Eduarda Fernandes e Felipe Figueiredo

A Registratec, startup criada pelas advogadas, surgiu a partir da visualização de uma dor real dos clientes atendidos no escritório de advocacia “Advocacia MQS” no qual as três mulheres são associadas. Motivadas pelas dificuldades que muitas pessoas enfrentam ao tentar regularizar seus imóveis, pela falta de apoio especializado e pelos desafios do processo, as advogadas criaram a empresa com o objetivo de facilitar e modernizar esse caminho.

Inserindo inovação no setor imobiliário, elas relatam que “caíram de paraquedas” nesse ambiente. O objetivo inicial era descomplicar o processo de regularização para pessoas físicas, promovendo o acesso a soluções eficientes por meio de um software inovador. Entretanto, surgiu a necessidade de atingir um público mais familiarizado com o tema: os corretores imobiliários, para que eles possam repassar o conhecimento a seus clientes, trazendo maior segurança e facilitando o processo para ambos.

Atualmente, a Registratec está na fase de prototipagem que consiste na criação de versões iniciais das suas ideias, os protótipos, a fim de realizar processos de testagem e validação do produto antes do lançamento final no mercado. Com equipe formada exclusivamente pelas advogadas, destacam-se os desafios relacionados ao tempo, à carga de trabalho no escritório de advocacia e à vivência como empreendedoras. É notável nas três mulheres o orgulho de terem construído uma rede de apoio sólida e a resiliência conquistada durante o processo de criação da empresa. 

Ao se lançarem em um projeto novo em uma área até então desconhecida para elas, a inovação, as empreendedoras buscam não só combater as dificuldades do setor imobiliário mas também promover a conscientização sobre processos burocráticos. A advogada sócia na Registratec Christina Magalhães afirma que a regularização imobiliária exige um trabalho de conscientização e que muitas pessoas não sabem da importância de ter um imóvel regularizado, nem dos prejuízos que podem enfrentar caso não o façam. Os corretores, agindo como intermediários no processo, já têm esse conhecimento e podem ajudar a minimizar eventuais problemas para seus clientes. 

As sócias contam que atualmente lidam com alta sensação de ansiedade para ver o projeto pronto e a incerteza de que o software irá representar tudo o que a empresa se propõe a resolver. Um dos obstáculos apontados por elas é a burocracia no setor de regulamentação imobiliária combinado à necessidade dos processos manuais como ir ao cartório e lidar com questões jurídicas pessoalmente. Compreendendo que vivemos em uma realidade na qual tudo pode ser feito virtualmente, as advogadas destacam a dúvida de como serão feitos estes processos nos “bastidores” da Registratec. 

Outro ponto em relação ao andamento do projeto é uma cobrança excessiva por parte das empreendedoras que temem não estarem dedicando o tempo ideal para a empresa. A dificuldade de inovar alinhada à dupla jornada como empreendedoras e mulheres que possuem famílias e filhos, sobretudo num setor majoritariamente masculino, produz a sensação de insuficiência e expectativa no aumento de tempo dedicado à empresa. Apesar da aflição constante de não estar produzindo o suficiente, as advogadas afirmam que dedicam um dia na semana quando estão juntas no escritório de advocacia para discutir somente questões da Registratec.

“Mas a gente tá tentando, a gente se cobra muito porque a gente acha também que a gente tá fazendo pouco. A gente tem que estar fazendo mais, que a empresa já tinha que ter andado, que a empresa já tinha que estar melhor, mas eu penso o seguinte: eu acho que a gente não pode dar um passo maior que a nossa perna, né?” aponta Cristina Steiner. 

Segundo Samira Queiroz, a participação da TecVitória tem sido crucial para o desenvolvimento da empresa, impulsionando a ideia das fundadoras e oferecendo à Registratec o suporte necessário para continuar inovando. Além disso, a presença em um ambiente de inovação constantemente preocupado com o desenvolvimento do empreendedor, conexão com importantes atores do ecossistema e auxílio de mentores qualificados para o desenvolvimento do projeto, fornece à equipe da Registratec exatamente o que a empresa precisa. “Então assim é direcionado para a fase que a gente tá, então tem nos ajudado muito, o trabalho sensacional. Eu elogio assim, bato palma mesmo” conclui Samira. 

Seja resolvendo e facilitando processos burocráticos ou gerando impacto positivo na economia local, a empresa também ajuda a aumentar a receita dos municípios. Com imóveis regularizados, os proprietários conseguem evitar o risco de desapropriação e garantir que tributos, como o IPTU, sejam pagos corretamente. Finalmente, a Registratec promete ser um grande avanço na inovação capixaba a partir da promoção de um aplicativo que facilite a regularização de imóveis além de proporcionar segurança jurídica, redução do tempo e facilitação no pagamento. 

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